Na Umbanda, em paralelo à linha de Boiadeiros e Baianos, foi criada alinha dos Marinheiros, que são espíritos que em suas últimas encarnações viveram do mar, pelo mar e para o mar.

Alguns navegaram e outros submergiram nas suas águas profundas. Outros foram arrastados para dentro deles pelas ondas e outros foram arrastados pelas fortes correntes marinhas, deslocando-os de uma região para outra.

Por Marinheiro na Umbanda; entenda ( soldados da marinha, navegadores, pescadores, povos ribeirinho ligados à pesca, ex-piratas saqueadores, etc.,) todos ligados às linha d’ água.

Os Marinheiros de Umbanda formam uma linha de “povos da água”, regidos por Yemanjá e as outras mães d’ água: Nanã, Oxum, Obá etc…

Mas Yemanjá senhora do lado de cima da “calunga grande” ou do mar, é quem se destaca mais neste domínio. Os espíritos que amparam a vida com recursos do mar (das águas), Yemanjá recompensa com o direito de continuarem a navegar com “bom tempo” em seus mares.

Já aos que se serviram dos mares para alimentarem seus instintos negativos, aí a solução só é encontrada mais “embaixo”, nos domínios do Orixá Omolu regente dos mistérios da morte.

Os Marinheiros na Umbanda estão submetidos a esses dois pólos regentes da linha da geração, regida por Yemanjá e por Omolu, pela água e pela terra. Portanto sabemos agora quem são os Orixás regentes desta linha de Marinheiros na Umbanda, e que também se ligam aos mistérios dos tufões de (Yansã), aos ciclones de (Logunan), às rochas de (Xangô), às calmarias de (Oxalá), às tempestades de (Yansã),  aos bancos de areias de (Omolu), aos arrecifes de corais de (Obá), aos sargaços de (Oxóssi), às correntes Marinhas de (Ogum), aos raios de (Xangô) etc…

Os Marinheiros na Umbanda, são auxiliadores diretos de espíritos necessitados, desequilibrados e atormentados, com os recursos dos  mistérios das águas são acolhidos. Sabemos também que os Marinheiros de Umbanda auxiliam muitos encarnados que estão perdidos nos seus desequilíbrios emocionais. Além dos trabalhos de descarrego e quebra de magias negativas, dão consultas e passes. Costumam ir direto ao ponto, sem rodeios. Mas sabem como falar aos consulentes sem criar um clima desagradável ou de medo.

Ao se manifestarem, incorporados em seus médiuns, esses espíritos se movimentam e “dançam” como se estivessem se equilibrando sobre o tombadilho de um navio ou barco em alto mar. Na verdade estão sobre o poder magnetizador de Yemanjá, o magnetismo dela faz com que tenham esses movimentos das ondas do mar.

Ao revelarmos esses mistérios, estamos quebrando os dogmas, de que os Marinheiros só trabalham bêbados e por isso vão para frente e para trás, falando que estão caindo de bêbados. Aos que agem desta forma serão tragados pelos mistérios regentes d” água, e terão que se explicar sobre desvirtuarem os mistérios regentes das águas!

Quanto a necessidade de beberem rum ou outra bebida de teor alcoólico enquanto estão incorporados, é porque, caso contrário, seus magnetismos absorvem muito do álcool do corpo do médium. Há uma queima de energia por nosso organismo e o álcool produzido pelos amidos sustenta essa queima.

Agora, quando espíritos regidos por magnetismos densos como (água, terra, fogo), eles precisam ingerir alguma bebida alcoólica senão paralisam o organismo do médium em algumas de suas funções, pois devido o magnetismo essas bebidas dá fluidez e volatilidade às vibrações dos espíritos, expandindo seus campos de magnéticos e possibilitando-lhes a estabilidade e o equilíbrio nas incorporações.

Mas o consumo deve ser controlado, senão tudo foge do controle e acaba acarretando diversas coisas….  Agora, quando se reúnem numa mesma manifestação um médium apreciador de bebidas fortes e um espírito que em sua última encarnação era um beberrão, aí o barco vira mesmo.

O álcool tira o equilíbrio de uma pessoa. Mas, assim como o veneno de cobra é o único antídoto contra picadas de cobras, com os Marinheiros a ingestão de bebida alcoólica lhes dá estabilidade.

Dentro de um trabalho espiritual, o excesso de bebida nunca se justifica. O Guia é um espírito que se preparou e obteve a permissão da Lei Divina para vir nos ajudar; e que sabe como manipular os elementos e usa o mínimo necessário, pois não precisa de “quantidade”. Quando há excesso, isso se dá pela ignorância (despreparo), ou então pela vaidade do médium.

Alguns nomes simbólicos, que essas entidades se apresentam na Umbanda:

Zé dos sete Mares, Martim pescados, João da Praia, Zé pescador, João Canoeiro, Zé dos Remos, Seu Jangadeiro, Capitão dos Mares, Zé das sete Ondas,  Marujo das praias, Antonio das águas etc…

SAUDAÇÃO = Saravá os marinheiros. Salve a Marujada!

VELAS = Branca, Azul clara

Saiba um pouco mais de cada Entidade